Bom, depois de muito tempo, vou assistir a um jogo completo e com atenção e fazer a autópsia do jogo. Mas, enquanto isso vou afinando minha corneta com algumas melodias curtas... (uma espécie de "pre-cornetada" da rodada).
Botafogo: Devo admitir que vi apenas um jogo do Botafogo nesse campeonato brasileiro. Contudo, estou por dentro de todo o "endeusamento" da imprensa (especialmente a carioca) feita ao time da estrela solitária. Embora não tenha observado muito o Botafogo jogar, tenho alguns motivos "a priori" para duvidar dessa classificação de "time do futebol bonito". A primeira delas, obviamente, é que na atual fase pragmática (para ser simpático) do futebol mundial, não é preciso de muito para ser considerado um time que joga bonito. Some-se a isso ao péssimo desempenho dos clubes cariocas nos últimos anos e pronto: têm-se um solo mais do que propício para um exagero midiático. O terceiro motivo, e o mais forte deles, é que o botafogo parece ignorar um axioma fundamental do futebol: "um grande time começa por um grande goleiro". E axiomas podem cobrar um preço muito alto ao serem ignorados. O próprio Botafogo já experimentou isso na copa do Brasil. Esqueça a bandeirinha (faça um esforço!), o que custou ao Botafogo a classificação para a final da Copa do Brasil foi o frangaço de seu goleiro). Se o Botafogo quiser continuar nas primeiras posições da tabela esse ano precisa contratar um goleiro. Urgente. Agora, para continuar na parte superior nos anos posteriores, será preciso contratar um treinador de goleiros. Também urgente!
Corinthians (parte 1): O Corinthians parece finalmente ter encontrado um pouco de equilíbrio no campeonato. Um modelo simples (e perfeito!) para a explicação de tal fato, foi me fornecido pelo colega corneteiro Dênis e eu o roubarei na cara dura. É só se lembrar do que acontece quando vc, já marmanjo, invade, na cara de pau (por culpa de sua Síndrome de Peter Pan), o racha daquele seu irmão/sobrinho/primo e de seus amiguinhos de primário. Lembre-se do olhar que as criancinhas lhe dirigiam e de como você não precisa jogar nem 10% do que elas acreditam (baseadas em seu tamanho e idade) que você joga. Bastava ficar gritando coisas como "só cerca", "calma, calma", "marca lá" e pronto: você era o principal responsável pela vitória do time no qual entrava.
Guardadas as devidas proporções é isso que está acontecendo no Corinthians com a entrada de Vampeta, Ricardinho, Finazzi e Gustavo Nery no time titular. E, convém ressaltar, os quatros estão fazendo muito mais do que só gritar "só cerca", "calma, calma" e "marca lá".
Corinthians (parte 2): Os puristas, os estratégistas e os estetas do futebol que me desculpem, mas o ruim-que-faz-gol e o beque-de-fazenda são fundamentais. Não sei onde Carpegiani estava com a cabeça ao tirar o Finazzi (também conhecido como "o atacante da segunda divisão) do time titular. Atualmente no país, o atacante corinthiano é o mais icônico representante do ruim-que-faz-gol e não pode ser sacado do time. Quer uma prova de que o jogador se encaixa nessa categoria? Basta se lembrar dos melhores momentos do jogo contra o Botafogo. Repare nas chances que Finazzi teve, qual foi a que ele concluiu em gol e qual foi que ele errou... Agora, caso Betão (que é beque-de-fazenda até no nome) retorne contra o Botafogo, o Corinthians, com a defesa mais estável do que a que foi pra Caxias do Sul, tem tudo para complicar o jogo para o time da estrela solitária. Contudo, vai depender, é claro, de quantos (e quais) dos "knockin' on the heaven's door" citados acima terão condições de jogo.
Palmeiras: Na minha opinião, o Palmeiras tem seu melhor time das últimas temporadas e uma chance clara de obter uma vaga na libertadores da América. Contudo, o Palmeiras também sofre de uma certa falta de estabilidade psicológica. Tudo bem que Edmundo pode até tentar cumprir essa função, mas todos nós sabemos que Edmundo não é nenhum modelo de estabilidade... Como o Palmeiras não deve contratar mais ninguém, talvez Caio Júnior consiga encorajar alguém a assumir essa função. Minha aposta: Martinez. Ele parece ter todos os requisitos técnicos não só para cadenciar o jogo, mas também para cadenciar os espíritos de seus companheiros. É um investimento a longo prazo, é claro, mas pode garantir a classificação para a libertadores e, quem sabe, até uma campanha convincente (ou pelo menos "não-vexatória") no torneio continental do ano que vem.
Santos: No que diz respeito ao Santos não tenho muito a dizer. Mesmo com os altos e baixos de Pedrinho e que Pet nunca encontre seu futebol, o retorno de Maldonado dará estabilidade a defesa. Com Kleber no meio ou na lateral, e Kleber Pereira no ataque, o Santos tem tudo para continuar sua jornada de recuperação.
Bruno (que não está vendo o jogo da seleção, que está passando agora, mas espera que algum dos outros membros desse blog esteja...)
5 comentários:
Eu não estava vendo o jogo. Estava matando aula de latim pra fazer um relatório urgente da secretaria da saúde para o sistema de avaliação dos hospitais de ensino. Foi isso.
Qto ao seu texto, hum... hum... é por aí mesmo... tipo... mano, preciso voltar praquele relatório.
Abraço!
Bruno, não vai me dizer que vc esperava uma autópsia para aquela merda de jogo da seleção. Eu não só não assisti (acho q o Denis tb não)como me recusei a inclui-lo no oráculo.
Aliás, não tem oráculo para essa rodada devido a um motivo substancial: falta de jogos (fazer uma palpitada só com sulamericana e amistosos não dá).
E essa tática do "só cerca" realmente surte efeito até mesmo no profissional.
Pô, o Denis escreveu o comentário um minuto antes de mim. Agora tenho certeza: ninguém viu o jogo do Brasil (sorte nossa)
Poxa, gente. Alguém tem que fazer um sacrifício pelo bem do blog (desde que esse alguém não seja eu, é claro)...
Bruno e Cesar, parece q postar imagens por meio de "url" não tem sido uma boa idéia. Se possível, baixem o arquivo e depois façam o upload na hora da postagem.
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