quarta-feira, 13 de junho de 2007

Rompimentos no Amor e no Amor, digo, no Amor e no Futebol


Saber qual é o momento certo para se demitir o treinador de um time de futebol não é coisa das mais fáceis. Ouso até dizer que o caso é semelhante ao daquelas crises que acometem todo relacionamento. Nesses momentos, é quase impossível saber se o rompimento será, de fato, a decisão acertada. Por que? Ora, porque, de repente, se o rompimento não ocorrer, é possível que os problemas sejam superados e o relacionamento volte (caso tenha sido) perfeito. No fim das contas, o critério para saber qual é o momento certo para o rompimento acaba sendo a paciência. Quando uma das partes não suporta mais a outra, rompe-se. Agora, dizer se o futuro será melhor, é quase sempre questão de sorte, seja no amor, seja no universo da bola. Bem por isso, os mais temerosos acabam mantendo, por melhor ou pior que seja a situação, o mesmo técnico ou parceira(o), como é o caso do Sir Alexander Chapman Ferguson, treinador que está à frente do Manchester United há 20 anos (para saber mais, clique aqui).

Mas ninguém precisa se preocupar comigo: meu casamento vai muito bem. O que não vai muito bem é o time dirigido pelo técnico Muricy Ramalho, meu querido Tricolor do Morumbi.

Aí eu pensei: “qual deve ser o critério para saber que o cara tem que ser demitido?”. É difícil descobrir, mais ainda se o técnico for tão bom quanto é, de fato, o Muricy. É como se, num namoro que vai aos trancos e barrancos, o cara tivesse que decidir se dispensa ou não a super-gostosona que namora. É difícil.

Refém dessa dúvida cruel, encontrei, por acaso, dois comentários do Muricy a respeito dos jogos do São Paulo contra o Náutico e contra o Atlético Mineiro, partidas válidas pelo primeiro turno do Campeonato Brasileiro 2007 (para saber mais, clique aqui).

Em relação ao primeiro, ele disse: “No primeiro tempo eles (Náutico) tiveram mais posse de bola, só que o Rogério foi pouco acionado. No segundo, nós dominamos o Náutico durante os 20 minutos...”. Ainda sobre esse jogo, o Muricy disse o seguinte a respeito do atacante Aloísio: “O Aloísio estava bem na partida. Ele fez bem o papel de pivô, que é a função dele, e nosso time melhorou, se adaptou ao gramado, e iríamos fazer o gol em questão de tempo”.

Em relação ao segundo jogo, o Muricy disse o seguinte: “Foi o nosso melhor jogo (do campeonato nacional). A parte tática fluiu melhor, o Dagoberto foi bem...”.

Pois bem. O primeiro jogo o São Paulo perdeu por 1 a 0, e o elogiado Aloísio foi expulso. No segundo jogo, o São Paulo perdeu pelo mesmo placar, com o agravante de estar jogando no Cícero Pompeu de Toledo, vulgo Morumbi.

Diante disso, tive a sensação de que ao menos um critério seguro para que se demita um técnico estava se me apresentando: o da loucura!

Com muita facilidade consegui chegar a conclusão de que ele é louco, nem precisei apelar ao fato dele escalar os meias armadores como volantes, os volantes como líberos, os atacantes como meia armadores, os zagueiros como alas, e assim por diante.

Enfim, namorada super-gostosona, mas louca, até que dá pra agüentar. Mas técnico de futebol, sobretudo no meu São Paulo, tem que estar bem da cachola.


Denis Barbosa Cacique (vulgo Zagueiro Míope) – 13 de junho de 2007

2 comentários:

César Zambon disse...

É verdade, Denis, a analogia é perfeita.
O São Paulo demitir o Muricy é o mesmo que dispensar uma gostosona. Afinal, só tem baranga no mercado (Joel Santana e companhia). As outras "gostosas" (Abel Braga e Paulo Auturori) acho que não vão querer encarar a parada.

Anônimo disse...

Comentando a carreira do Fergusson, isso é sonho pro futebol brasileiro. Lá é relativamente fácil, porque o futebol inglês sempre fica entre 4 times (Manchester, Arsenal, Chelsea e Liverpool), então não é tão difícil você ganhar pelo menos um título no ano, ou se classificar pra uma das ligas européias. Digo que não é tão difícil comparado ao futebol brasileiro, que é muito mais competitivo, e tem mais times com potencial de chegada. Então os técnicos acabam mais queridos e com mais conquistas.

Agora voltando ao Brasil, e ao São Paulo. O Muricy já está irritando com as besteiras que ele fala, e principalmente com essa história de "pivô". Concordo que o Aloísio faz bem o pivô, e que é uma boa tática a se usar, mas não pra usar em todo ataque. Fui no morumbi esse ano, e o que vi foi um time depender só do pivô pra chegar ao gol, ridículo isso. Cadê aquelas jogadas que o São Paulo tinha pela esquerda com Junior e Danilo? E não é questão de jogador não, por que temos Junior ainda, Jorge Wagner (que é melhor que o Danilo), e Hugo.

Bom sem prolongar mais, espero que o Muricy acerte o time, mas confesso que perdi a confiança nele. E o pior é saber que ele só será mandado embora em julho, caso o São Paulo perca para a MSI.